Existem vários tipos de gênios artísitcos. Partindo dos critérios e padrões atuais de compreensão das artes - e ainda estamos presos ao debate romântico entre classicismo e barroco: convenções vs. originalidade, regras vs. sentimento - podemos dizer que há os gênios da expressão individual, originais, "inovadores". E, também, há os do uso magistral das fórmulas, das regras; no meio do caminho, há os da sua extrapolação.
Há os David Bowies no Rock n´Roll que criam algo tão pessoal que qualquer imitação fede - veja por exemplo todo o resto do Glam Rock.
E há os Bon Jovis. Que se apropriam de um gênero e o dominam tão bem, que exploram todas as suas possibilidades. Have a Nice day, por exemplo. é Bon Jovi, o mesmo Bon Jovi de sempre, com as convenções do hard Rock, todas no lugar certo, na hora certa, criando o afeto certo, com a harmonia certa. Eu, em defesa do barroco, gostaria de dizer que é tudo afetação e minhas respostas são automáticas com tanta experiência de audição de Hard Rock. Mas isso seria comprar a bobagem romântica de que o único critério de expressão estética é a genúina expressão do EU, e não o domínio dos instrumentos.
Por outro lado há as coisas ruins e sem criatividade nenhuma que imitam sem dominar o que estão fazendo, como Strokes com o Stooges.