sábado, novembro 13, 2010

Alan Moore e a Ciência Política

Não entendeu porque Watchmen é a obra suprema dos Quadrinhos (e também dos filmes) de Super-Herói?
Norberto Bobbio explica:

A própria figura do edifício [o Panopticon de Bentham] - no alto o vigilante sobre a torre, embaixo o vigiado na cela - suscita, enfim, ainda uma outra questão, que é a questão que os escritores políticos de todos os tempos, a começar de Platão, puseram como questão última de toda teoria do Estado: Quem vigia os vigilantes? Quis custodiet custodes? A resposta habitual consiste em pressupor um vigilante superior, até que se chegue necessariamente (pois nas coisas práticas está proibido o recurso ao processo infinito) ao vigilante que não é vigiado porque não há mais nenhum vigilante superior acima dele. Mas quem é este vigilante não-vigiado? A questão é tão importante que as diversas doutrinas políticas podem ser classificadas com base na resposta que deram: Deus, o herói fundador de Estados (Hegel), o mais forte, o partido revolucionário que conquistou o poder, o povo entendido como a inteira coletividade que se exprime através do voto.

O Futuro da Democracia. São Paulo: Paz e Terra, p. 112-113.

sábado, novembro 06, 2010

Bom, não só ela


Tenho sistematicamente repetido que a classe média é fascista. E a classe média, não só a paulista, mas também a brasileira como um todo, não cansa de me mostrar correto em meus julgamentos.

Eu não acho que devam processar a tal da menina como racista. Bom, não só ela. Ela é só uma dos inumeráveis energúmenos que responderam aos apelos da campanha do Serra. Que identificaram-se com a produção e a reprodução cotidiana desse discurso pela Vadia Platinada. Acho que devem ser penalizados todos os energúmenos que confundiram direito de opinião individual com recusa da humanidade dos outros. Acho que o todo mundo no DEM e no PSDB, o Ali Kamel, o William Wack, Guilherme Ereção, o Renato Adega Machado, Jozé Nêumane Cacete, Otavinho Ditabunda Frias Filho e o resto. A corja toda deveria ser posta na cadeia por serem os centros produtores do discurso reproduzido e reelaborado no tuiter pela ignorante expiatória.

Ela não está sozinha, há muitos outros fazendo a mesma coisa que ela, todos os dias, mas usando meios de comunicação públicos, alguns que exigem concessão pública. Esses são os que tem mais reponsabilidade, criminal inclusive. São eles que passaram oito anos alimentando essa nova modalidade de ódio de classe média contra pessoas que consideram nascidas para fazer trabalhos manuais e viver no subemprego.

O caso dessa ignorante deveria ser transformado numa oportunidade para penalizar estes que não são nada ignorantes do fomento que fazem do ódio de classe (aliás, também do ódio racial, de gênero, de orientação sexual, porque eles são eficientes)
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