sábado, maio 16, 2009

Ninguém se enganou não!

Folha de São Paulo, em 30 de março de 2008:

"A verdade: em 1974, Simonal foi condenado por surra dada em um contador. No processo, levou como testemunha sua um detetive do Departamento de Ordem Política e Social do Estado da Guanabara. Ele assegurou que o cantor era informante do Dops. Outra testemunha de defesa, um oficial do 1o Exército, jurou que o réu colaborava com a unidade. O juiz sentenciou: Simonal era ‘colaborador das Forças Armadas e informante do Dops’. Em 1976, acórdão do Tribunal de Justiça do RJ reafirmou a condição de ‘colaborador do Dops’. Não foram inimigos que inventaram a parceria com o regime, exposta sem reservas pelos amigos de Simonal, que se dizia ameaçado por gente ligada ‘a ações subversivas’ ".

Vamos parar de fingir que a Ditadura Militar não foi uma coisa feia. Wilson Simonal não deve ser menosprezado como músico porque era delator. Mas Fingir que ele não era delator, é muito errado. É maquear a memória para vender discos e filmes. É tornar um dedo-duro um mero fanfarrão, que se atrapalhou todo com seus "amigos" policiais. É a mesma coisa que esquecer Auschwitz. A mesma coisa.
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