sábado, março 31, 2007

Os 300 de Goebbels


Vamos à parte fácil primeiro: o discurso é facista. Ponto. Éra só ser fiel à HQ - graphic novel é termo de gente entojada - do Frank Miller. Frank Miller é facista, escreveu várias HQs facistas, e pelo visto o 911 norte americano (sacaram, sacaram?) só colocou isso na testa dele. Bom o filme é fiel, o filme é facista.

Passamos a parte fácil, agora vem a difícil. Mesmo facista, é bom para caralho. Zack Snyder, o responsável pela transformação da HQ em filme é um gênio da narrativa visual violenta. Sua refilmagem de Dawn of the Dead é espetácular e única. Um dos melhores filmes de zumbis já feitos e o mérito é dele. Reler George Romero não foi fácil: Frank Miller, fichinha. Mesmo porque Sin City de Robert Rodriguez já rompera o preconceito e sugerido soluções visuais e narrativas que funcionaram na tela. Snyder não só aproveitou as propostas de Rodriguez e melhorou, experimentou um tratamento matinê -anos cinquenta na película, uma iluminação Orson Wells nos vilões - coisa absolutamente ausente nas HQs - que aliás são todos negros - coisa absolutamente fiel às HQs.

Pausa: Desde quando persas são negros, Frank Miller?

Bom, um soldado sobrevivente narra a história, o épico. 300 é uma história de heróis. Quanto mais esse caráter é apresentado pelas ações e falas, melhor o filme, mais verossímil ele fica. Violência digital, em stop motion e aquarela de pixels. É o escuro das sombras e dos persas - seja os imortais, seja o circo de horrores que compões o exército de Xerxes (eta visão ocidentalista!) - contraposto ao vermelho e bronze - das capas e dos escudos, do sangue e da poeira, como se fosse em película antiga.

Dois problemas:
1. O filme perde muito da sua credibilidade narrativa nos momentos que retrata questões políticas em Esparta. O épico é subsituido por uma tragédia política tacanha. Aquela coisa norte-americana de dizer que políticos não entendem de guerra, só sabem fazer "política"(!?), blá, blá, blá. Mas o épico violento transborda até aí e salva a coisa.
2. Por que esses compositores de trilhas incidentais para épico gostam tanto de colocar Ênia nas cenas tristes? É impressionante a quebra de clima que essas porcarias de vozes femininas sonolentas provocam.
Aliás, esses dois pontos quase fazem o filme não ser melhor que a História em Quadrinhos.

Digo isso, porque ele é. A história em quadrinhos é um grande épico militarista e violento, composto fora de época, na qual Miller ensaiava seu facismo enrustido, já despertando em Sin City (Cf. Safra Sangrenta de Dashiel Hammet). O filme de Snyder é uma obra prima da propaganda política contemporânea, feita num contexto explosivo, e na qual nem mesmo certas ambiguidades colocadas no roteiro o salvam da defersa do ociedente (EUA) contra o oriente (Irã). Se ao sair do cinema fulano não estiver disposto a pegar em armas contra os Persas e morrer em defesa de Esparta gritando "tonight we dine in Hell!!!!", é porque só tomou todinho quando era criança e provavelmente era o dono da bola. A nós mortais, suscetíveis à propaganda nazista, resta torcer que Snyder ao adaptar Watchmen* seja genial também. Mas para o lado do bem.

*Ressalvas: Alan Moore mais Dave Gibbons é muito mais complexo que frank Miller mais Lynn Varley.

quinta-feira, março 22, 2007

Meio atual, né?


United in a time, a time of need

Against a common foe, the enemy
The years of death endured, the years of pain
Against an evil force, a force not sane
We become the enemy

When freedom dies for security
And then the world endured, a victory won
Against an insane man and his cohorts
But once the war was done, blind fear prevailed
And years of darkness came, freedom was nailed
We become the enemy
When freedom dies for security

We let our freedom die, we let it wane
We feared an enemy's atomic rain
But what was on our minds, what we became
We and the enemy
We are the same
We become the enemy
When freedom dies for security

"When Freedom Dies" - Handle with care - Nuclear Assault (1988).


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