sexta-feira, dezembro 18, 2009

Mage: the Awakening é um grande saco de merda humana, a mais fedorenta

Dei uma olhada no cenário do Novo Mage da White Wolf, na nova modalidade de World of Darkness. Os escritores conseguiram a façanha de retirar tudo que tinha de bom e manter tudo que tinha de ruim no antigo jogo. Em uma frase simples dá para resumir o nível da cagada: não há mais disputa de paradigmas de realidade.
Toda a Guerra da Ascensão e suas faccções tecnocracia, nefandi, maurauders e conselho dos nove, uma sensacional metáfora sobre o desencantamento do mundo e o domínio da racionalidade instrumental sobre as forças criativas do ser humano, foram substituidas por uma guerra ancestral de ordens com nomes gregos com... advinha? advinha?
Uma bobagem erick-von-danickeniana de terra primordial atlante de onde toda a magia vem, na qual ums tais magos ancestrais orgulhosos e misteriosos chamados Exarcas tentam interromper a conexão das forças místicas de criação do universo com a dimensão terrena. Uma babaquice neo-platonica metafísica alienante no lugar de um dos melhores cenários de RPG já pensados, emancipatório até. Religião no lugar de filosofia. Certezas no lugar da ambiguidade.
Um exemplo dramático, para tornar mais concreto meu comentário acima: Arete (virtude, no sentido aristotélico) foi substituída por Gnose (revelação da verdade espiritual, no sentido da heresia cristã).
E do ponto de vista da jogabilidade, aquele sistema de regras que estimulava a criatividade na produção de efeitos de alteração da realidade foi substituído por uma pálida sombra da improvisação anterior, que se baseia muito mais nos rotes do que antes, como se fossem encantamentos prontos.
Foda-se Bill Bridges.
Mage agora é mais um jogo de D&D. Por que não muda para o sistema D20?
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